-Vamos trocar de roupa e avisar Isabella e Carlos. – disse Guilherme. Foram embora e deixaram Luisa aqui pra ficar com Gustavo.
Fomos para o velório. Ver meu pai lá naquele caixão aberto foi horrível. Quando todo mundo foi para o enterro peguei meu lenço, dobrei e coloquei no bolso de fora do terno do meu pai com as palavras a vista. Chorei. Guilherme, que não me deixou um momento, me apertou forte contra ele. Abracei-o, coloquei minha cabeça no ombro dele e chorei. Segurei o choro durante todo o velório agora eu precisava chorar. Com ele eu me sentia segura para chorar.
-Alice. Eu não vou para o enterro, não. Quer ir pra casa comigo? – perguntou Anne, chorando.
-Claro. Guilherme pode vir? – perguntei.
-Não sei se sua mãe vai gostar. – respondeu em dúvida.
-Anne, fala com ela para mim? – pedi.
-Ok. Espera lá fora. – concordou.
Guilherme passou o braço pelo meu ombro, dobrei meu braço para darmos as mãos. Fomos para fora.
-Você tem a chave da sua casa, aí? – perguntou Anne.
-Tenho sim, por quê? – perguntou Guilherme, confuso.
-Sua mãe falou para você pegar uma roupa pra você dormir lá em casa. – disse Anne.
-Ah, ok. – disse Ele.
Pelo menos isso de bom hoje.
Troquei de roupa e fui para a cozinha, comi um sanduíche, fui ao meu quarto e liguei o notebook e coloquei a música “Não era pra ser – Luan Santana” e coloquei o fone porque Anne e Guilherme ainda estavam dormindo.
De repente eu levei um susto, Guilherme me abraçou por traz e eu pulei.
-AI! Você me assustou seu bobo! – reclamei tirando os fones e beijando-o.
-Desculpa amor. Melhorou? – perguntou.
-Ah. A saudade dói, não é? Mais com você, Anne, Gustavo, Luisa, Gabriella e minha mãe, eu vou superar. –respondi. Sem querer chorar. E não vou chorar.
-Você vai conseguir. – incentivou.
Levantei da cadeira, e beijei-o.
-Anne, já acordou? – perguntei.
-Não sei. – respondeu.
-Já acordei sim. – disse Anne na porta, bocejando.
-Bom dia. Está melhor irmã? – perguntei.
-Levando. Mais você era mais ligada a ele. Você está bem? – perguntou ela preocupada.
-Eu vou superar. – respondi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário